terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cupido, esse malandro sorrateiro

Estava convencido que à medida que as semanas passassem, seria mais fácil deixa-lo. Um processo de desabituação natural, que imporia ao corpo. Forçosamente, o corpo, talvez a nossa faceta mais mutável ou subordinável, teria de respeitar a lógica. Se não posso estar mais com ele neste momento, o toque físico teria de esperar pela semana seguinte. Relações à distância, afinal, funcionam por intervalos. No entanto, o que fazer quando as semanas transformaram-se em meses, os meses em anos, e a atracção física já há muito que perdeu o lugar para outro tipo de encantos? Os intervalos, toleráveis há dois anos, revelam-se dolorosos no segundo em que soa o Alfa Pendular. Como disciplinar o corpo, quando a própria razão já perdeu sentido? Anseio voltar a estar com ele, ainda antes de me despedir no apeadeiro. E tomara que esta saudade se resumisse apenas a uma questão de toque físico. Há muito tempo que não o é. O que anseio é simplesmente que os olhos dele fossem sempre a primeira coisa que vejo de manhã. Não precisaria de mais.

15 comentários:

  1. e era com este post que ele ficava a saber da existência do blogue.

    ResponderEliminar
  2. So beautiful... Esse cupido tem cá umas setas certeiras! :)

    ResponderEliminar
  3. Comecei uma relação á pouco tempo, a verdade é que o amo muitíssimo, eu no Barreiro, ele no Algarve...
    Por isso percebo muito bem o que dizes.
    O " pior" é que ele é sem duvida o homem da minha vida, será que ele vai conseguir fazer com que a nossa relação cresça e evolua? á distância? eu por mim sim , claro que sim.
    felicidades para nós os 2 , para ti e para mim!
    João

    ResponderEliminar
  4. Adorei! Está brilhantemente bem escrito, tudo na dose certa.

    Continuação de felicidade

    ResponderEliminar
  5. Muito bom.Faz-me recordar os tempos em que 350km me separavam do meu namorado.Felizmente essestempos já lá vão.

    ResponderEliminar
  6. Gostei particularmente das palavras que utilizaste para expressar tudo o que vai na tua alma. Estiveste muito bem. E, uma vez que se vai estabelecendo a "tal" empatia virtual de que muito se fala, estou à vontade para te dizer que não deixo de sentir uma saudável inveja, até mesmo sabendo que há coisas, nomeadamente as temporadas sem ele, que te fazem sofrer. Invejo até mesmo essa dor, porque não tenho quaisquer motivos para a sentir. Consegues perceber, que eu sei. (:

    lots of love ^^

    ResponderEliminar
  7. vocês são todos uns fofos. abraços... másculos :)

    ResponderEliminar
  8. Acredito que estes novos modelos de relacionamento, como os virtuais à distância, nos impulsionam a experimentar outras realidades...
    Ok, foi um devaneio! Viajei agora... rsrsrs

    Abraços

    ResponderEliminar
  9. LOL

    Gostei do promenor do "másculos" lol

    ResponderEliminar
  10. grande looool para o másculos ehehe

    Aiai o amor, o amor!

    ResponderEliminar
  11. Disseste tudo o que é importante, numa relação à distância; muito mais que o contacto físico, que é fundamental, é essa necessidade do "sentir", do "afago", do "olhar" ou do "cheiro"...

    ResponderEliminar
  12. só para confirmar como acho que está brilhantemente escrita esta entrada de amor e saudade. cheia de ausência e toda ela é somente presença. (in)felizmente, o amor não é como o tabaco: a desabituação cria habituação ou vice-versa - já estou confundido... tens o dom de dominar a palavra! e isso basta. não sei se me terei feito entender. espero que sim.
    abraços

    ResponderEliminar