Houve um baptizado na família, de uma prima qualquer em segundo grau. Daquelas que nem conheço o segundo nome. A minha família não foi convidada e nem saberíamos se não fosse o famigerado Facebook. Eu não me toquei. A minha irmã mais nova perdeu o sono. Aparentemente a caçula, nos seus 27 anos, já está a passar uma crise existencial. Sente o afastamento da família, a falta de laços. Teme o futuro e "quem irá ao meu funeral?". Suporta todo o peso da mortalidade que se ganha à medida que envelhecemos. Um pouco tola. Mas reconheço que tem alguma razão.
Somos peculiares. Talvez por sermos quatro irmãos, a necessidade de estreitar laços com a restante família foi quase sempre inexistente. Agora, em adultos, é nula. Acho que a prima-em-segundo-grau-raio-que-a-parta-pode-ir-morrer-longe foi apenas um pretexto para ela lamentar o próprio afastamento da família base. Dos irmãos e a incerteza do futuro, quando já não existirem pais para realizarem jantares. Sim, a solução é fácil. Mas odeio cozinhar para muita gente.