terça-feira, 7 de setembro de 2010

A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo...

Distância é fodida. Acho que o Psi e o Pinguim, que estão muito piores do que eu, podem confirma-lo. Um relacionamento que começa logo com este handicap tem praticamente morte anunciada e poucos são os que lhe resistem. Mas também vos digo: mesmo sem conhecer o Pinguim e o Psi, e os seus respectivos parceiros, não tenho dúvidas nenhumas do amor que os une. E ainda arrisco um pouco mais: tenho a certeza de que se trata de um amor muito mais forte, quiçá perfeito, do que alguns relacionamentos de bairro.

A distância tem uma clara vantagem: separa o trigo da merda joio. Qualquer relacionamento que não aguente a ausência de uma, duas ou mais semanas não vale a pena o investimento. Há por ai muito "amor verdadeiro" que morria logo se passasse por uma provação destas. Se calhar até era um favor que lhe faziam. Pensem nos vossos casos pessoais ou de alguém do vosso círculo: aguentariam tanto tempo sem a presença física do outro?

A distância afina a relação e, sem o contacto físico, obriga os envolvidos de encontrarem formas de manter o sentimento vivo. Outros factores também entram na equação: por um lado, a confiança e o respeito têm de ser totais e cegos. Pensar que tudo vai correr bem e melhorar, também ajuda. Por outro lado, o controlo sobre a rotina do outro é nulo. Como lidar então com a impossibilidade de se não poder controlar a individualidade do amado? Sim, porque a rotina de alguém que seja parte de um relacionamento à distância segue praticamente inalterada. Espaço próprio é por acaso algo que eu prezo muito. Quantos de vocês se podem gabar do mesmo? E os ciúmes? Como evita-los? Voltamos ao respeito e confiança, dois valores imprescindíveis a qualquer relação. Seja ela separada por cinco minutos de carro ou por uma viagem de avião.

Se me perguntasses há dois anos se eu acreditava em relacionamentos à distância eu diria que não e chamava-te otário. Mas também te garanto que nunca me senti tão confortável numa relação como a que tenho hoje. Confiança e respeito são absolutos. Tenho a certeza de que não receberei um belo par de cornos. E não me venhas com "fia-te na virgem e não corras" que se há coisa que não sou é parvo. Tenho tempo para mim (ok, tenho tempo até demais) e ao longo destes quase dois anos só discuti uma vez com o meu namorado: foi sobre quem ia comprar lubrificante à farmácia... ele tinha vergonha e eu irritei-me. De resto, é muita saudade e quando estamos juntos passo o tempo genuinamente feliz.

Só há um pequeno senão: neste momento estou com o cio.
Agora só daqui a três semanas... e com sorte. snif.

"A distância faz ao amor aquilo que o vento faz ao fogo:
apaga o pequeno, inflama o grande"
de Roger Bussy-Rabutin

19 comentários:

  1. Adenda: depois escrevo o lado negro das relações à distância

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  2. não escrevas, assim sinto-me menos deprimido :p
    Adorei a citação!

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  3. Como dizes...a confiança e o respeito são absolutos e paramount...e ou perto ou à distância...se os houver e se forem mantidos...resulta...

    Noutra perspectiva...o que interessa é que estás feliz...não é?...O cio, controla-se com o post de baixo...até ao dia do encontro imediato:)

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  4. no meu passado/caso pessoal havia muito muito muitoooooo diálogo. Eram tardes inteiras de domingo a conversar, noitadas...e sempre com muitas gargalhadas, e diálogo do bom. Eu acredito em relações à distância...foi como disseste, há sempre esperança de que as coisas vão melhorar...

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  5. Obrigado!!!!
    E que vocês sejam mesmo muito felizes!
    Abraço grande.

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  6. Claro que há um inconveniente (comecemos pelas coisas más): a distância faz com que olhemos para o telemóvel com um reflexo quase «pavloviano».

    O bom?! O afinamento dos sentimentos! :)

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  7. Acho de louvar essa vossa capacidade de conseguirem fazer com que o tempo que passem juntos sejam realmente bom, ao invés de acabarem por fazer merda kd estão juntos e se chatearem. desde que para já estejam felizes assim é o que importa...

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  8. Bem, eu só posso dizer que odeio relações à distancia… No meu caso, eu conheci o Theo um mês depois de ele chegar a Portugal e um mês depois de o conhecer começamos a namorar. Ele viveu cá um ano e como vivíamos perto eu passava a vida em casa dele e dormia lá tantas vezes como na minha casa… e de repente… nada. Apesar de sabermos que aquele nosso “estilo de vida” tinha data marcada não foi nada fácil adaptar-nos à distância e a uma mudança tão violenta. É difícil quando se tem alguém tão importante e não se pode estar lá para dar um abraço quando a pessoa precisa assim como também não se pode receber quando chegamos mais aborrecidos a casa ou quando temos um problema. Mesmo quando se precisa de conversar, o ecrã do pc ou o telefone não são suficientes… Em questão de sexo, por muito que as Web cam sejam uma bênção (ehheh) não é a mesma coisa. Fica a saudade do corpo, dos lábios, da presença e da pessoa na sua totalidade…
    Claro que concordo contigo em tudo que disseste, se não fosse tão forte o que nos une certamente já teríamos terminado há muito. Já terminei relações anteriores por muito menos porque lá está, não há comparação ao que tenho agora. Depois há que arranjar estratégias… Quando estamos em casa é a net e a cam que nos mantêm presentes um ao outro todos os dias, umas sms também durante o dia quando estamos nas nossas actividades. Saber que cada dia que passa é menos um dia para o dia em que estaremos juntos de novo também ajuda… Até há uma motivação maior para estudar porque sabemos que só estaremos definitivamente juntos quando acabarmos o curso. E por fim, claro, confiança, sem duvida!! Não mantinha uma relação assim se não confiasse! E além disso, nunca me foram dados motivos para desconfiar… acho que se não nos quiséssemos realmente um ao outro não nos estávamos a dar a este trabalho logo, se queremos, é porque não precisamos de mais ninguém.
    E bem termino agora porque estou a dar-me conta do testamento que já escrevi ehehe. Um abraço para vocês os dois e viva as relações dos tempos modernos. :)

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  9. Bem, eu só posso dizer que odeio relações à distancia… No meu caso, eu conheci o Theo um mês depois de ele chegar a Portugal e um mês depois de o conhecer começamos a namorar. Ele viveu cá um ano e como vivíamos perto eu passava a vida em casa dele e dormia lá tantas vezes como na minha casa… e de repente… nada. Apesar de sabermos que aquele nosso “estilo de vida” tinha data marcada não foi nada fácil adaptar-nos à distância e a uma mudança tão violenta. É difícil quando se tem alguém tão importante e não se pode estar lá para dar um abraço quando a pessoa precisa assim como também não se pode receber quando chegamos mais aborrecidos a casa ou quando temos um problema. Mesmo quando se precisa de conversar, o ecrã do pc ou o telefone não são suficientes… Em questão de sexo, por muito que as Web cam sejam uma bênção (ehheh) não é a mesma coisa. Fica a saudade do corpo, dos lábios, da presença e da pessoa na sua totalidade…
    Claro que concordo contigo em tudo que disseste, se não fosse tão forte o que nos une certamente já teríamos terminado há muito. Já terminei relações anteriores por muito menos porque lá está, não há comparação ao que tenho agora. Depois há que arranjar estratégias… Quando estamos em casa é a net e a cam que nos mantêm presentes um ao outro todos os dias, umas sms também durante o dia quando estamos nas nossas actividades. Saber que cada dia que passa é menos um dia para o dia em que estaremos juntos de novo também ajuda… Até há uma motivação maior para estudar porque sabemos que só estaremos definitivamente juntos quando acabarmos o curso. E por fim, claro, confiança, sem duvida!! Não mantinha uma relação assim se não confiasse! E além disso, nunca me foram dados motivos para desconfiar… acho que se não nos quiséssemos realmente um ao outro não nos estávamos a dar a este trabalho logo, se queremos, é porque não precisamos de mais ninguém.
    E bem termino agora porque estou a dar-me conta do testamento que já escrevi ehehe. Um abraço para vocês os dois e viva as relações dos tempos modernos. :)

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  10. PS: Além de escrever muito ainda fiz comentários repetidos não sei porque, desculpa e para vocês muita força, percebo bem o que dizes. Quanto ao problema do “cio” apesar de não ser a mesma coisa, sabes bem qual é a solução ;)

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  11. Namoro à distância é sempre mais complicado... ainda mais no cio... hehehehe...

    Mas acredito que quando há um bom diálogo a coisa funciona...

    Beijo!

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  12. Speedy, acredito no amor à distância sim. Mesmo porque os tive, os amores, de perto e de longe, e o de perto, visto assim, de perto, tão cuidado e regado, foi um desastre de tão grandes proporções que o de longe, ganhou, de longe, em longevidade e respeito. Vida longa aos relacionamentos com respeito recíproco. Abraço!

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  13. Há relaçoes e relações, mas acredito no sucesso das relaçoes há distancia. Basta serem duas pessoas sérias, leais e realmente apaixonadas e resulta. E caso não sejam não resulta nem perto, nem longe.

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  14. Bem pessoal, acho que o Psi tratou da adenda :)

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  15. Olha eu não resisti à distancia, nem a relação que mantinha com o meu ex. Fui eu que terminei...não estou arrependido. Sei que perdi alguém muito especial, mas para mim não funciona à distancia.

    Hj tento afastar-me o mais possivel disso, porque sei que não funcionará...

    No entanto fico feliz pelas pelavras, nomeadamente das que demonstram a tal confiança e lealdade no teu parceiro...isso é bom!

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  16. Em qualquer relação a confiança é fundamental, mas acho que o ponto que ressalta é o facto de não haver um controlo sobre a rotina do outro, a confiança passa a ser, digamos, uma confiança cega.

    Felizmente não temos de passar por essa situação, por isso não tenho forma de dizer como me sentiria. Por vezes somos assolados pela necessidade de sentir os braços, os lábios ou o calor do outro, e nessas alturas deve ser o pior, não pela indisponibilidade do parceiro mas pela distância.

    Já agora, gostava de saber, qual foi o tempo máximo que estiveram sem estarem (fisicamente) juntos?

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  17. Acho que ultrapassou um mês. Bateu com uns turnos marados do trabalho dele, com umas férias minhas no estrangeiro. Tanto dinheiro gasto em roamning...

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