terça-feira, 31 de agosto de 2010

Esqueletos no armário?

Estava aqui a ver o "Moment Of Truth" na SIC Radical (que atire a primeira pedra quem nunca viu) e o concorrente confessou que tinha tido um relacionamento amoroso com um transsexual, antes de conhecer e casar com a sua actual mulher. A senhora, mui chocada, chorou. Já não fez o mesmo quando ele admitiu que já a tinha traído. Pimba, 100 mil dólares e foram todos contentes para casa.

Agora aqui pergunto: porque é que o passado amoroso interessa assim tanto? O meu Trengo (leia-se namorado) já me perguntou por diversas vezes quem foram os meus interesses amorosos? com quem pinoquei e de que forma? quem foi especial? de quem sinto saudades? que rotinas tínhamos? And so on. E eu evito sempre responder. Só costumo falar de uma rapariga com quem partilhei quatro anos da minha vida. Bem, pode não parecer muito mas como só tenho 29 anos, ela representou 13,8% da minha existência. Sim, fiz as contas. Go check.

Ele por norma fica ofendido, como se eu tivesse algo a esconder. Mas a verdade é que não tenho nenhum passado obscuro de Don Juan de discotecas, de frequentar pinhais de braguilha aberta ou de romances em casas-de-banho públicas. Sou até bastante insosso nesse campo mas, claro, tenho o meu passado e para grande pena dele já estava conspurcado quando o conheci. Agora, apenas penso que partilhar as memórias, sejam elas boas ou más, em nada iriam fortalecer a nossa relação. Muito pelo contrário: acho até que pode vir a prejudica-la, mina-la de ciúmes infundados e serem usadas como arma-de-arremesso.

É certo que os relacionamentos antigos construíram o que sou. Não nego que o Homem (reparam no H maiúsculo? é o ego que tenho) que ele conhece é fruto de uma aprendizagem, de tentativas/erros que me conduziram ao ponto em que me encontro hoje. Afinal, não é apenas o presente que interessa? Não poderá a curiosidade matar o gato?

11 comentários:

  1. E normal. Revela alguma inseguranca do teu trengo. Querer ultrapassar os outros, querer ser melhor que eles. Mas pode dar como dizes em arma de arremesso. Fechar tudo num armario as escondidas ppde dar um falsa aparencia de coisas que nunca fizeste e ele pensa que sim. A minha humilde hopiniào vai no sentido de aos poucos ir levantando o veu numa de partilha, sempre valorizando o que tem, valorizando o a ele e mostrando o passado enterrado e e com ele qye es feliz.

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  2. no meu caso afectaria-me mais saber que me traiu do que pinocou com um transsexual no passado. passado é passado e o passado não se deve misturar com o presente, normalmente dá asneira

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  3. Bem eu posso atirar a primeira pedra porque nunca vi, nem sei que programa é esse mas vou informar-me... de qualquer maneira isso é o reflexo do triste preconceito ou homofobia que muito boa gente tem.
    E sim, acho que quando estamos com uma pessoa é importante saber o passado, não só no sentido de saber o passado mas de conhecer bem essa pessoa, ainda que isso ás vezes acabe em asneira...

    Quanto ao filme A Origem que publiquei no meu blog, é fantástico. O DiCaprio tem andado a fazer uns filmezinhos muito inteligentes ultimamente, e este é um deles :)
    Beijinho *

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  4. Acho que somos nós próprios que devemos, se entendemos isso como positivo, ir desvendando algo do nosso passado ao nosso companheiro; não como uma obrigação, mas sim como uma forma de um relacionamento mais harmonioso.

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  5. Concordo contigo... por mais que digam "não fico chateado, é só para saber", há sempre alguma coisa que fere lá no fundo... o ciúme é algo de inexplicável e incontrolável.

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  6. [ainda não li o post... mas para continuares a ouvir até gostares: http://www.youtube.com/watch?v=BdSszlp8aVQ&feature=related] :)

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  7. Se o presente se partilha, para se partilhar um futuro...entao tb se pode partilhar um passado...

    Ja passou mesmo...pq nao falar dele?...
    Nao achas que mante-lo envolto em secretismo pode levar a maior desvario por parte da tua cara metade?

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  8. Há sempre alguma coisa que fere, é certo, mas quem não prefere saber tudo?... Eu prefero não contar tudo,mas já saber da outra parte...

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  9. mas na história de uma pessoa, é o passado amoroso _ quer dizer, os "podres" escabrosos do passado amoroso _ que interessa. a pessoa quase que se resume ao que fodeu, com quem fodeu e como fodeu. se não o fez, não tem passado. se o tem em demasia é um depravado. e entre uma coisa e a outra, há toda uma panóplia de nuances. com transexual é caso de curiosidade agravada.
    acho natural a curiosidade e também acho que o melhor é falar das coisas com naturalidade e quando se proporciona. somos presente, é verdade. mas já fomos muito passado.
    vá, partilhem as vossas experiências e a cumplicidade até melhorará - acho eu!... :)

    abraços

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  10. eu percebo ambos... eu se por um lado gostava de saber certas coisas do passado, por outro lado prefiro que não me contem porque depois é pior... por isso acho que fazes bem em não dizer. Acho que o curioso tem sempre um longo percuros pela frente de forma a poder controlar esse sentimento e perceber o que realmente importa: o presente!
    Não podia concordar mais com o que dizes em relação ao facto de que foram as pessoas do nosso passado que fizeram quem somos hoje... mas o que foi já não volta e o que se vive agora é que interessa ;)

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  11. Esta questão também já passou por nós muitas vezes (como não podia deixar de ser). No início alinhava, do género "não tenho nada a esconder", mas a certa altura comecei a achar a curiosidade obsessiva, e aí foi um ponto final. Respondo a questões concretas, pontuais, mas não embarco de detalhes. O passado construiu-me assim, mas é no presente que eu construo o futuro, e esse eu quero que seja com o meu coelho.

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