Uma colega saiu de casa do namorado, com quem partilhava uma relação de amor há dez anos. Embora ainda desconheça as razões que levaram à separação, ao estado de dor profunda com que a encontrei hoje, sei que ela o amava. Ela queria casar. Queria uma vida ao lado dele e até pensava engravidar no próximo ano. Ele, um sujeito seguro de si, bem parecido e formado, evitava dar qualquer passo neste sentido. Durante o fim-de-semana, ao que parece, chegaram a um "acordo". Assim não dá mais.
Já outra amiga teve uma conversa com o seu amigo colorido. Quero ser mais do que uma foda, terá dito. Ele, lamentou, e disse-lhe na cara que era uma mulher espectacular. Mas não dá. Que realmente estava à procura de alguém com quem assumir um compromisso, mas que não era ela. Que a minha colega quando iniciou este "jogo" conhecia as regras. Ela sabia. Aliás, disse-me que decidiu arriscar porque existia a possibilidade de ele se apaixonar. Infelizmente não aconteceu . Deu-se mal e chegou à conclusão inevitável: assim não dá.
Embora vos tenha dado situações bem diferentes uma da outra, as minhas amigas têm em comum mais do que imaginam. Uma queria casar e ter filhos. O namorado não. A outra estava apaixonada. O fuck buddy não. No fundo, viviam a relação a ritmos desiguais dos companheiros. E esta é, no meu ponto de vista, a principal razão que encontro para a morte de tantos relacionamentos. O problema reside em coincidir as expectativas com as vontades. Ainda para mais com vontades de outros, que não temos forma de controlar. O problema reside em viver o relacionamento ao mesmo compasso de quem nos acompanha.Mas será que existe sequer alguém que ame e viva no mesmo ritmo do que nós? Ou será mais alguém que decida, por amor, atrasar/adiantar o compasso?
A dificuldade do amor está nisso mesmo...encontrar alguém que partilhe o nosso ritmo...
ResponderEliminarÀs vezes engana-mo-nos por dez anos a pensar que aquele alguém vai mudar, noutros casos arriscamos o nosso coração na ilusão que o outro nos vai querer acompanhar no ritmo.
Há muitas circunstâncias que alteram o compasso...no fundo acho que tem que haver consciência do que se quer, consciência do que o outro quer, respeito e companheirismo para definir um ritmo, e diálogo para conseguirmos chegar os dois ao mesmo tempo à mesma meta.
Concordo com o Emanuel; mas não é tempo demasiado para chegar à conclusão que há objectivos diferenciados???
ResponderEliminarAcho que o problema é mesmo esse, comunicação... é difícil estarem ambos ao mesmo ritmo se não comunicarem =)
ResponderEliminarO problema é que há ppl que pensa que o namorado só serve para dar quecas e conversar tá quieto...
acho que o ideal é alguém que tem o mesmo ritmo naturalmente, sem esforço. Se a relação é com alguém que decide, como dizes, atrasar/adiantar o compasso, mais cedo ou mais tarde um dos dois cansa-se da situação, porque no fundo acaba por não ser natural. E por mais que as pessoas gostem uma da outra às vezes é difícil aguentar esse tipo de desgaste.
ResponderEliminarDependendo do grau de atraso ou adiantamento do compasso, acho que duas pessoas a ritmos diferentes podem ser compatíveis. Mas 10 anos para perceber que os metrónomos batem a ritmos diferentes parece-me excessivo. Quanto a encontrar alguém exactamente no mesmo ritmo, já me parece mais utópico.
ResponderEliminarAcredito que não seja fácil encontrar alguém com o mesmo ritmo, tal como acredito que por amor se consiga ir limando aqui e ali para que duas pessoas se possam entender ainda que com um pequeno delay.
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