quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Relações

Engraçadas as relações. Verdadeiros organismos voláteis que se transformam com o passar do tempo. De paixões amorosas a amores apaixonados, ao longo da vida somos infectados por sentimentos especiais e fortes que nos deixam profundamente vulneráveis. Indefesos.
Mas felizes.
O diagnóstico para estes sintomas - que incluem rubor, sonhar acordado e fluxo de sangue no órgão sexual - pode simplesmente ser uma Paixão. A Paixão, ao contrário do Amor, surge intensa e pode ter a esperança de vida de uma simples febre. Se a doença não definhar, os sintomas evoluem. Pior: agravam-se. Desejos de monogamia, tolerância ao hálito matinal e aceitação de que aquela perfeição ambulante é, afinal, imperfeita. Fomos dominados pelo Amor. Normalmente, esta patologia surge quando temos do outro uma visão mais real e menos fantasiosa. Enquanto que a Paixão estimula o nosso lado egoísta e deliciosamente nos desgasta, o amor suprime o Eu e obriga-nos a tornar prioritário o bem-estar do Outro. Uma obrigação inebriante que assumimos de bom grado. O que eu não esperava era que, nesta evolução de estados, surgisse um segundo efeito secundário. A Saudade.
Mas isso fica para uma próxima.

12 comentários:

  1. Olha que linda definição de amor e de paixão, digo mesmo que amei!!!
    Bem que roubava e colava lá na minha montanha com referência a tão estimulada descrição. ( se me concederes tal autorização, seria um enorme prazer)
    Parabéns!

    Beijo

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  2. Gostei muito :)

    Acredito que não exista Paixão sem Amor e vice-versa(é discutivel, mas como eu sou um pinga amor, tenho dito...)

    Saudades é sentir a falta de...
    Este ano vamos ter casamento ;)

    Abraço

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  3. Ou a saudade não fosse portuguesa :p

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  4. @Bianca - Deixas-me sem jeito Bianca. Claro que sim. Beijinhos

    @ Xico - Amor sem paixão está condenado ao fracasso. Nesse ponto concordo contigo.

    @Sad - As saudades são lixadas. Comecei a escrever este texto para falar sobre Saudade. A volta que deu.

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  5. Tive um professor que explicou todo o sistema nervoso simpático e parassimpático com base nas relações amorosas.
    "O simpático aumenta a frequência cardíaca e estimula a ejaculação. O parassimpático contrai as pupilas e provoca erecção"

    xD

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  6. Excelente.
    Estou farto de falar nisso, inclusive, já afirmei que não gosto de estar apaixonado, pois nesse estado, as pessoas não são elas próprias: vivem em função de outrém.
    Mas, para amar alguém, é necessário sentir primeiro paixão, para se chegar a esse estado em que cada um é ele próprio e se aceita o outro com todos os seus defeitos e qualidades....
    e Sim, a saudade no sentido real da palavra, só se sente a respeito de quem se ama: Na paixão, a saudade chama-se desejo!

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  7. Eu não sei ao certo como seu deu, mas as vezes acredito que tenho alguma espécie de anticorpo a "esse virus"...

    Mas nas poucas vezes que tive a chance de ser "tocado" por ele, só posso dizer como é bom!!! Até mesmo a saudade, tem seu lado bom... uma vez que permite planejar o reencontro...

    ;-) Belo texto... Grande abraço.

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  8. imediatamente à minha cabecinha veio a canção «Amor e sexo» da Rita Lee...

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  9. Mas é um efeito secundário até brando, comparado com os benefícios.

    Adorei o layout novo.

    Um beijo!

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  10. Que inspiração hein....
    Ótimas palavras...
    Gostei!
    Forte abraço!

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  11. Vejo frequentemente a paixão posta em analogia com o amor, e isso deixa-me a pensar se comigo também virá a ser assim (e tudo indica que o seja). Ao final de quase dois anos, continuo apaixonado, com uma paixão febril que por vezes nos leva a ter de encostar na borda da estrada e... ok, fico-me por aqui.

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