segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A dificuldade em fazer amigos

Cheguei aos 30 anos (mais uns pózinhos) e sinto que muita gente entra na minha vida. Através do trabalho ou mesmo da apresentação de amigos comuns. Tenho amigos. Mas não são bem amigos, pois não? Um conjunto de alegres desconhecidos dos quais guardamos o número de telemóvel e os parabenizamos no Facebook. Amigos verdadeiros, próximos, daqueles que se ganham durante os anos escolares, estão em crise. À medida que envelheço, os horários apertam, as prioridades mudam e sei que estou mais selectivo no que toca à escolha de quem entra na minha vida. Quando mais novos era bem mais simples meter conversa sem receio de segundas intenções. Hoje, parece que toda a gente tem uma agenda secreta. Não interessa quantos amigos faça, pois sobre todos paira um sentimento de fatalismo: os anos de se fazerem melhores amigos já passaram. Ou então a culpa é minha e ainda me falta descobrir o segredo.

23 comentários:

  1. A amizade tem dessas coisa, estás convidado para o jantar dos bloguistas lololololol

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  2. O que é isso Turtle!? Tenho certeza que é apenas uma fase, acredito que todos passamos por essas "entre safras" onde parece que estamos ficando só, acho que ando por uma dessas fases também... enfim...

    Tenho bons, e fiéis, amigos! Não são muitos, mas estão lá... também acredito que não seja muito bom para fazer amizades enfim... De qualquer forma, em algumas ocasiões, amigos são como plantas, demandam um tiquinho de atenção, outras vezes vão bem por sí só...

    A questão é que as vezes metemos a cara no trabalho e deixamos nos absorver de tal forma que acabamos meio que "engolido" por ele... Espero que isso seja apenas uma fase para você e que encontre bons amigos! ;-)

    Qualquer coisa, se tiveres disposição para "pular o charco" para uns copos, me avise! ;-)

    Abração!

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    1. Pode ser só mesmo uma fase. E quanto a esse copo, fica garantido. Para quando um de nós "pular o charco" (adorei a expressão)

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  3. Em tempo... fui falando em fases... e me lembrei de poema de uma poetisa famosa por essas bandas, vou deixá-lo aqui... espero que goste...

    Tenho fases, como a lua.
    Fases de andar escondida,
    fases de vir para a rua...
    Perdição da minha vida!
    Perdição da vida minha!
    Tenho fases de ser tua,
    tenho outras de ser sozinha.

    Fases que vão e vêm,
    no secreto calendário
    que um astrólogo arbitrário
    inventou para meu uso.

    E roda a melancolia
    seu interminável fuso!

    Não me encontro com ninguém
    (tenho fases como a lua...)
    No dia de alguém ser meu
    não é dia de eu ser sua...
    E, quando chega esse dia,
    o outro desapareceu...

    Cecília Meireles, Lua Adversa

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    1. Lindo e adequa-se. Parece-me que passei a fase de estar sozinho...

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  4. Olha, nada me dá mais prazer que sentar-me a uma mesa com os meus amigos da faculdade e começarmos todos a falar como se não nos víssemos desde o dia anterior.
    Acho que esses foram os verdadeiros amigos, que estão feitos para a vida, com uma ou outra exceção.

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    1. Sim, também os tenho. Falava de novos. Esses é que são raros.

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  5. é verdade, eu percebo o que dizes mas mesmo assim creio que é possível fazer-se amigos, vendo se a pessoa vale a pena, mostrando interesse na vida da outra pessoa tal como partilhando a tua vida, as pessoas acabam por ficar mais próximas.
    eu vejo o exemplo do meu namorado, inicialmente as pessoas estranham as perguntas dele sobre a vida delas mas depois começam a gostar da atenção, começam a gostar de partilhar as suas vidas e de desabafar e dessa maneira ele faz novos amigos com grande facilidade.

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    1. Não digo ser impossível mas o trabalho é certamente redobrado. Esse teu namorado tem a estratégia certa: fingir interesse ;). Just kidding

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    2. ahah mas ele interessa-se pois é cusco :P

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  6. Não sei se concordo contigo no que diz respeito a amigos. Se estivéssemos a falar de namorados monogâmicos então aí talvez já concordasse levemente.

    Somos mais selectivos é verdade, mas as coisas vão acontecendo. Eu era meio bicho do mato quando era mais jovem. Depois dos 30 as coisas têm sido mais fáceis. Há os amigos de sempre, mas tenho trazido algumas pessoas novas à minha vida com as quais já há uma amizade que é forte. A última tem um ano e parece que somos amigos há 10. Químicas. Há pessoas que conheces e te fazem sentir algo bom. Queres mais e sem perceber. São amigos. Não só no Facebook.

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    1. Se calhar o problema está na química e na falta de tempo para a sentir. Será que vou no sentido inverso do teu? Estarei eu a tornar-me num bicha do mato? ;D

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  7. Sempre tive poucos amigos. Não sou de me dar, de interagir com facilidade, o que não me torna nenhum "bicho do mato". Sou solícito, agradável, creio (não posso afirmá-lo; os outros que o façam), mas gosto e preciso de estar só, talvez mais do que a maioria das pessoas.

    Discordo quando dizes que os anos de fazer melhores amigos já passaram; pelo contrário, acho que as amizades são mais sólidas quando somos maduros e as cimentamos. Também é preciso sorte. Não há amizades perfeitas. É gostar das pessoas com os seus defeitos, aceitá-los, ceder, dar, transigir. É a amizade.

    um abraço.

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  8. Hmmm... não sei... talvez a relação que mantemos com as pessoas seja diferente (não é aquela coisa explosiva de quem tem 15 anos)... Amigos... tenho alguns de há mais de 20 anos, outros de há 10... outros de há dois ou três... uns com quem estou mais, outros com quem estou menos... mas é fácil saber que é amigo e quem é um "alegre desconhecido"... diria que a forma de cimentar uma amizade é apenas diferente... acho eu...

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  9. Compreendo o que dizes. Tenho amigos que já vêm da infância e que nem as distâncias invalidam a amizade.
    Depois, quer dos tempos do estudo, do trabalho, poucos mas bons se agregaram.
    Aqui na blogo, conheci muita gente, boas pessoas todos e fiz alguns amigos que hoje estão muito próximos.
    Já nas redes sociais, os novos amigos dificilmente ultrapassam o simples conhecimento.
    De uma forma geral, penso que aquilo que dizes tem a ver com a evolução da vida social: antes, os contactos eram reais e era mais fácil a amizade surgir naturalmente. Hoje, e cada vez mais, as amizades surgem quase sempre como virtuais e assim permanecem muitas vezes para sempre (o nosso caso, embora eu ainda não tenha desistido de te conhecer pessoalmente), e quando se passa do virtual ao real, há excelentes surpresas.
    Finalmente, com a minha idade não é fácil estabelecer relações de amizade com gente de 20 e poucos anos, pertencemos a mundos diferentes...

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  10. isto vai de encontro ao teu post dos postais...temos tudo à nossa disposição para fazermos novos amigos, mas há cada vez mais e mais distanciamento...estava aqui a escrever uma resposta na qual me estava a fazer difícil e de distante, mas, olhando bem pa coisa, tenho mais de uma dúzia de bons, mas bons amigos, daqueles que sabes que te vão acompanhar para o resto da vida, e ultimamente até tenho feito amigos novos...mas deve ser por não ter trinta nem pozinhos;-D e tu és todo fixe, todo curtido e boa onda, as boas amizades crescem com investimento e disponibilidade da nossa parte para nos darmos...

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  11. As amizades de hoje são mais superficiais, não há visitas como antes, e tudo é na base do virtual, que de fato não se compara com um bate papo real de amigo.
    Além disso, amizades sofrem constantes manutenções, com o tempo vão se distanciando.
    Confesso que também não sou de muitos amigos.

    Abraços!

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  12. Não se pode chamar amigos a qualquer um... mas há amigos que ficam para sempre porque confiamos neles. O problema de fazer amigos novos esta no facto de já nao confiarmos tanto em quem nos rodeia... por isso li que tanta gente não e de fazer amigos. Aos 30 ficamos ainda mais selectivos, eu pelo menos sou mt mais.

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  13. Amizade é feita com confiança, e confiança não se adquire de uma hora pra outra. Sustente ruma amizade, as vezes, pode ser uma tarefa difícil.

    Abraço!

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  14. Eu sinto o mesmo e ainda não cheguei aos 20...

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  15. Vim aqui parar por atalhos, e este teu texto diz - me alguma coisa, se por um lado sou muito reservado, por outro não me identifico com ninguém por muitas razões, e a palavra "amigo" está gasta por ser usada para tudo e mais alguma coisa. Goosto dos momentos em que estou sozinho, mas quando não os quero, a coisa torna - se complicada.

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  16. boa reflexão... confesso que eu tb não sou muito bom para cultivar amizades, talvez por ser mais focado na família, ou talvez por me achar muito timido, sei la! mas acho que vale um esforço para reverter isto!

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