Não foram poucas as vezes que vi em blogs amigos do "Hammering in my Shell", e do defunto "Tartaruga com Pressa", bloggers gays a ponderarem comprar um produto Apple. Seja um iPhone ou um Mac, muitos não resistem ao design e estilo de vida perpetuado pelos produtos da Maçã. Confesso que eu, no entanto, não sou um defensor da marca. Nunca apreciei o controlo que detêm sobre o desenvolvimento dos produtos ou a pressão que imprimem sobre o consumidor. E mesmo as injustiças que cometem contra quem sempre os defendeu e comercializa Apple. Neste ponto conheço casos contados na primeira pessoa.
Os primeiros apreciadores da Apple eram toda uma franja dos consumidores anti-Microsoft. Hoje, quem não pertence a este nicho, está "out". Reconheço a qualidade dos produtos. Reconheço que os produtos conferem um determinado status social. Nem que seja apenas pelos preços exorbitantes praticados.
Mas o consumidor comum não sabe que todo o processo de criação de produtos e aplicações é 100% controlado pela Apple. Todos passam na vistoria, por processos burocráticos morosos. Por isso, não é de estranhar que a Apple volte a estar no meio da controvérsia. Recentemente, a Apple aprovou um aplicação para o iPhone que se opõe ao casamento homossexual. E escusam de dizer que foi um "deslize". Ela foi aprovada. Ponto.
A aplicação de que falo chama-se "Manhattan Declaration”, que basicamente é um questionário que pede a opinião da pessoa em relação ao casamento entre o mesmo sexo. Se a resposta não corresponder ao ponto de vista do grupo, é marcada como incorrecta. O nome da aplicação remete para uma declaração, iniciada em 2009, em que 150 importantes lideres cristãos, numa tentativa de combater esforços para marginalizar os ideias cristãs da “santidade da vida, da dignidade do casamento como união de um homem e uma mulher e de liberdade religiosa”, comprometeram-se a agir na defesa das verdades bíblicas.
Esta aplicação foi aprovada. Dizem os sites estrangeiros que aplicações como o "Google Voice" e aplicações "Flash" foram consideradas obscenas pela Apple e não estão disponíveis. Já esta passou na rigidez da selecção. E, ao que parece, a remoção da aplicação pela Apple Store está, de momento, fora de questão. E fora esta pequena controvérsia sabiam que Steve Jobs, o presidente da Apple, doou em 2008 cerca de 100 mil dólares para apoiar uma campanha contra os casamentos gays na Califórnia?
Se no outro dia chegamos à conclusão de que cada vez mais marcas apostam no mercado gay, e que esta tendência é de salutar e de apoiar, talvez seja altura de reavaliarem a vossa opinião sobre a Apple. Eu já o fiz.
PS. Este artigo foi escrito a partir de um notebook da HP. E com orgulho.
Hi Speedy!
ResponderEliminarNunca fui adepto da apple, não quero com isto dizer que os produtos não tem qualidade, mas não é das marcas que pense comprar muito cedo, embora tenha amigos que respirem aplle por todos os poros da pele.
Abraço,
bom fds!
não deixa de ser irónico o facto de achar que a maioria das pessoas que compra apple é mesmo homossexual, e que todos os produtos deles são do mais homossexual que há.
ResponderEliminarEu só tenho um i-pod, sou fascinado pela funcionalidade, tamanho e pelos FONES. Acho que para mim apple é isso, fones que não caem do ouvido e que cabem na orelha do piercing.
Acho que assim também ofendo o Jobs.
:p
Creio que essa informação que o Steve Jobs deu 100.000 dólares para apoiar uma campanha contra o casamento gay está errada e resulta de uma confusão. A Apple contribuiu de facto 100.000 dólares para a campanha contra o referendo (a chamada Proposition 8) que visava *eliminar* o casamento gay, e portanto teve uma atitude correcta. Faz uma peaquisa no Google sobre o assunto, logo verás. De resto, o contrário seria pouco plausivel, dado que a Apple tem um rating de 100% no indice da Human Rights Campaign, uma das maiores organisações LGBT americanas, que faz uma avaliação anual das grandes empresas em relação às suas politicas de pessoal LGBT.
ResponderEliminarQuanto à Manhattan Declaration, imagino que os censores que avaliam as aplicações não se aperceberam que a aprovação desta aplicação iria contra a linha política da Apple ao mais alto nivel. Suponho que a Manhattan Declaration não infringia nenhuma das regras que os censores aplicam - não mostrava seios, não continha blasfémias e não fazia reclame para a concorrência- e portanto os censores não viram onde estava o problema. Mas o assunto causou celeuma, como devia, uma petição foi lançada e os dirigentes da Apple acabaram por ser alertados. A aplicação foi imediatamente retirada do iStore e portanto deixou de existir (vantagem do canal único de distribuição).
Os teus leitores que têm iPods/iPhones podem instalar a aplicação da HRC sobre as empresas americanas, incluindo algumas multinacionais relevantes para o consumidor português:
http://tinyurl.com/ycoy6ew
Enquanto se espera por um trabalho semelhante sobre as empresas no mercado português, ...
É estranho e um pouco "contra a corrente" essa informação, mais a mais num mercado em que a concorrência é feroz.
ResponderEliminarOh pá....eu que estava a pensar em converter-me à Apple...
ResponderEliminarMultinacionais... Não há uma que não tenha os seus segredos obscuros, mas a maioria deles são abafados para não comprometerem a reputação das empresas!
ResponderEliminarNão sabia deste 'podre' da Apple (trocadilho forçado ^^), no entanto fiquei a saber com um bom timming, sempre deu para reduzir as opções de prendas para o meu aniversário que se avizinha eheh :)
Não sou fã da Apple, não pelas políticas socias da empresa, mas pelo modelo de negócio adoptado, que conduz a uma monopolização de produtos e serviços. Sou mais pró-google e open-source, e baixo a calça à microsoft quando assim tem que ser.
ResponderEliminarO Bosc d'Anjou chamou a atenção para alguns detalhes que merecem ser lidos. Porque aqui o Speedy (incrivelmente) falhou. Algum dia tem tinha de acontecer :p
ResponderEliminarAcontece aos melhores Speedy!
ResponderEliminar:)