E é exactamente este o período tido em consideração para esta lista: 2010. Agradeço as vossas participações, alguns nomes que avançaram, mas, na minha opinião, algumas destacaram-se em anos transactos pelo que coloquei-as de parte. Outras, conhecemos-las efectivamente em 2008 e 2009, mas tiveram desenlaces que considero dignos de nota. Sustento a escolha que fiz no contributo de cada uma delas para a aceitação dos direitos LGBT e, principalmente, pela sua influência para a mudança de mentalidades em Portugal. Sem qualquer ordem de valoração, passemos à lista.
"Acho que, em Portugal, as pessoas aprenderam uma coisa fundamental com a democracia: o respeito aos direitos individuais" |
Tornou-se o primeiro homossexual assumido a entrar no Parlamento português, pela mão do PS e não do Bloco de Esquerda, apesar de Miguel Vale de Almeida ser um dos seus fundadores. O activista gay bateu-se, como ninguém, pela defesa do casamento homossexual e creio que, embora agora esteja um pouco afastado dos holofotes dos media, vamos sempre ouvir o seu nome quando estiverem em causa os direitos da comunidade LGBT. Foi o que aconteceu com a Lei de Identidade de Género e, mais recentemente, com o apadrinhamento de crianças. De resto, não tenho dúvidas de que estamos bem representados na Assembleia, no que toca a estes temas.
"Sabe, deve ser precisa muita coragem para ser homossexual neste país. A humilhação é diária, persistente, mesquinha. Entendo aliás que um homossexual não se queira expor" |
E ainda dentro do tema do casamento homossexual, foi com muita alegria que li sobre o primeiro casamento gay a ocorrer em Portugal. Um verdadeiro exemplo de força: o casal Helena Paixão e Teresa Pires. Quando tentaram casar pela primeira vez, receberam o "Não" sob o olhar atento da comunicação social. Corria o ano de 2006 e era um dos jornalistas presentes na sala. Comoveram-me bastante e desde então segui de perto a sua história. Ainda que me tivessem recusado dar uma entrevista.... as malvadas :). Este ano casaram. E espero que a vida deles melhore a partir de agora.
"Sou Lésbica. E então?!" |
Adiciono à lista a Solange F. Sim, ela assumiu ser lésbica em 2008 mas foi este ano que a apresentadora foi mãe, segundo ela, fruto de uma inseminação artificial. Sem pudores, penso que Solange está a pagar na pele a sua frontalidade, tendo sido lentamente afastada da televisão. Seja como for, continua a falar abertamente sobre a sua sexualidade, tendo colocado o dedo na ferida quando anunciou que era lésbica e que estava grávida. Um dos próximos temas que, a meu ver, mereceriam ser discutidos na Assembleia. Mas a seu tempo.
Uff, e sim, isto deu-me um trabalho valente. Mas para o ano, e se ainda estiver por aqui, farei de novo o mesmo. Mas já agora, quem na vossa opinião merecia ser destacado? E já agora, quem não?
Falta uma pessoa muito importante mas a culpa é minha que não participei.
ResponderEliminarFilomena Cautela, uma das melhores apresentadoras de televisão do momento que faz questão de promover a igualdade de direitos para com todos.
Fica aqui o "shout out".
;)
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ResponderEliminarconcordo com o gil.
ResponderEliminare o josé carlos malato, o goucha, o vitor de sousa.
não acho que o eduardo beauté tenha feito tanto pela "causa" com este coming out quanto fez pela sua carreira.
Concordo com os primeiros lugares, acho que de facto para o melhor ou para o pior ou com ou sem interesses subjacentes, o PM foi a pessoa que mais contribuiu para a causa. Quanto ao Eduardo Beauté, já não acho tanto. O Goucha não seria mau candidato, é uma figura de referência na televisão, e num horário cuja audiência é habitualmente muito conservadora. Enfim, no próximo ano voto nele!
ResponderEliminarTambém não concordo com a inclusão do Eduardo Beauté aqui: ele é, de há muito tempo a esta parte, embora nunca o tenha assumido até agora um dos rostos mais conhecidos da Lisboa gay; é um pouco como se o Carlos Castro viesse agora dizer que era gay - ninguém sabia antes!!!!
ResponderEliminarApesar de tudo, e porque é uma figura mais pública, o Goucha foi muito digno quando deu a conhecer, e não foi a isso obrigado, o seu namorado.
Até concordo com a lista, apesar de estar com o pinguim quando fala do Eduardo Beauté,não é que fosse um segredo... Já o PM não me parece que tenha sido com grandes intuitos de agenda que aprovou o casamento gay,visto que era já um compromisso seu antigo e seu para com a js. E a Solange F ser lentamente afastada da televisão,para já é para mim escandaloso que tenha sido lentamente...e secalhar foi só porque ela é uma pessima apresentadora que acha que é fixe falar como se tivesse 16 anos...
ResponderEliminarUma lista é uma lista e não há qualquer razão para alguém ser excluído... da lista. Agora, em minha opinião, é que (por muito que custe deixar outros para trás) o eleito só pode ser José Sócrates. Mas se alguém achar que a escolha deveria ser Cavaco Silva (por ter dado o passo final, ao ratificar a lei), então que seja (estou só a brincar, entenda-se!). O Miguel Vale de Almeida também merece uma referência e seria a justa alternativa ao primeiro :)
ResponderEliminarPor acaso não me lembrei da Filomena Cautela. Adoro a miúda mas tenho de admitir que não sei muito da sua pró-actividade pela causa. Penso até que ainda não é assumida, ou é? Assim como o Malato. Sabemos que o é, mas acho que nunca o admitiu. Aliás, esquivou-se às tais fotos que vieram a público há uns meses.
ResponderEliminarO Goucha e o Vitor de Sousa assumiram-se em 2008 e 2009 respectivamente. Entre estes dois, o meu aplauso vai para o Goucha, porque o público que o segue, seria também o mais propenso a excomunga-lo.
O Beauté apenas por uma questão de comming out a nível público. Nada mais. Já se sabia há anos que ele tinha uma relação com o João Rolo.
Acho que não é assumida porque não é lésbica mas nestas coisas nunca se tem a certeza. hehehe
ResponderEliminarMas é sem dúvida uma defensora dos nossos direitos. Não fez outra coisa senão promover a igualdade, no 5 para a meia noite.
e eu a pensar que a minha ideia do Goucha era pateta:-) nem me afastei muito da selecção:-)
ResponderEliminarIndependentemente do mérito, das questões partidárias ou dos dividendos políticos, a verdade é que houve, antes do presente mandato legislativo, algumas propostas de alteração da lei que não foram atendidas. Ok, foi dito que a proposta não constava da anterior legislatura, mas há tantas coisas que não constam dos programas eleitorais e que vão para a frente. Se dissermos que o PS também quis assumir a «paternidade» da lei, será um argumento a considerar.
ResponderEliminarÉ um bom post!
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