Sara, a Tirana

Disse-lhe que nem queria estar ao pé dela. Que odiava tudo que me rodeava e que nunca iria gostar de lá estar. Se vou, é por obrigação e nem sei porque me esforço: nunca terei um corpo perfeito e mais valia poupar o dinheiro. Também odeio a Marta, a sua colega, que me disse que o meu índice de massa gorda estava muito acima da média. As duas respondiam-me com gargalhadas.
Só o cheiro a suor me enoja e que nunca colocarei um pé nas aulas de grupo. Cambada de idiotas aos saltos!! A Sara fixava-me nos olhos e garantia que me iria obrigar... e coitado de mim se lhe desobedecesse. Chamei-lhe má, nazi e tirana. Ela ripostava e aumentava-me o grau de intensidade do treino. Obrigou-me a mexer, levantar pesos e até fazer abdominais num dia em que só esperava ser avaliado. A dado ponto, senti-me mal e tive de parar para recuperar o fôlego. Ela continuava a rir.
Hoje acordei com dores no corpo: no peito, nos braços e nos abdominais. E, tenho de admitir, adoro.
Ganhei uma Jillian para a minha vida e mal posso esperar pelo nosso encontro de segunda-feira.
Antes é melhor não... tenho de recuperar.