terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os Gays Alfa, Beta e outros que tais

Homem Alfa é geralmente um termo aplicado a homens que denotam poder físico, coragem, confiança, competitividade e que são, por natureza, lideres. Não é um conceito propriamente lisonjeador porque também traz à memória imagens de gorilas irados a bater no peito… mas descreve na perfeição aqueles que submetem os deltas, gamas e ómegas à sua vontade. Encontramos este tipo de homens em todas as relações humanas, sejam elas familiares, profissionais e, claro, amorosas. Vou focar-me nesta última.

Numa relação heterossexual, por norma ou convenção, associamos este conceito ao Homem. Mas esta associação já não é linear numa relação gay. Como distinguir então o homem Alfa do Homem Beta numa relação entre dois homens? Não me parece justo que a distinção se faça na base daquele que é o “macho” da relação, o masculino ou aquele que tem pelos no peito. Ser Alfa não se resume ao papel preferido na cama. Vai muito mais além do facto de quem gosta de dar ou receber, quem é activo ou submisso, quem fode ou é fodido. Acaba por ser, sim, uma questão de domínio (social, emocional ou intelectual) sobre o outro.

E será que todas as relações – bem-sucedidas - são feitas de betas e alfas? Ou seja: para que uma relação funcione, tem de existir quem determine e quem se submeta? Eu considero-me um Alfa. Não de força física mas principalmente de força psicológica e bastante visível nas minhas relações pessoais. No meu namorado encontro também um Alfa. Conseguem imaginar as nossas discussões? Por norma alongam-se durante dias e só terminam depois de nós admitirmos que ambos estávamos errados. Mesmo que assim não seja. Até lá, cada um tenta impor a sua verdade ao outro. Mas, admito, também foi pela sua natureza que me apaixonei e não teria a mesma piada se ele fosse um beta ou outra qualquer letra sensaborona do alfabeto grego. 

Mas será sequer justo, num mundo carregado de rótulos e rotuladores, procurar novas tipologias?

15 comentários:

  1. Concordo contigo.
    Não só me considero um Alfa, como o Déjan também o será, e não estou a relacionar essa classificação com qualquer papel sexual na relação.

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  2. aaahhhh mas isso definitivamente acontece...e há várias formas de se tornar o Alfa da relação, estou a pensar em dois conhecidos que, embora o Alfa seja o lingrinhas, o enjoadinho e o mais "bicha", é contudo ele que tem o maior poder económico, e isso tornou-o o Alfa.

    No meu caso em concreto, estou aqui a pensar, tem fases...há fases em que sou eu que tomo as rédeas da coisa, normalmente quando o Fofo está mais em baixo, e noutras, curiosamente a actual devido tb ao facto de eu estar mais em baixo, que é o Fofo que puxa por mim e por nós, e mostra a sua força.
    Não será assim tanto a relação de domínio que um terá sobre o outro, as nossas personalidades jamais o permitiam, mas antes quem apoia e puxa mais pelo outro.

    Já agora o Alfa será o líder, aquele que toma as rédeas, como se descreveria o Beta e o Ómega?

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  3. Francisco - Deus Olimpo30 de novembro de 2011 às 02:18

    Quanto a mim, eu creio que numa relação ambos tem que ser alfa. Independentemente quem leva no rabo(submisso), porque então eu procurava uma mulher. LOL

    Para mim ser submisso não tem a haver com ser mais ou menos homem. Tem a ver com quimica, desejo, tesão...

    Abraço

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  4. Nunca tinha pensado nestes rótulos, apesar de já ouvir falar bastante. Mas não importa o rótulo, o importante é cada um se entender do seu jeito, como você acabou de exemplificar. Não importa se é alfa e alfa ou alfa e beta ou qualquer outra coisa, o importante mesmo é a convivência e a troca de opiniões.

    Abraço!

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  5. Só falta uivarmos à lua...
    Concordo com o Três Egos.
    Penso que sejamos um pouco mais complexos do que a interacção de poder de uma matilha.
    Dentro de uma relação existe, naturalmente, liderança e poder, mas variável e indefinida o suficiente para não ser possível uma categorização 'categórica'.

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  6. @ Meia Noite
    Não sou psicólogo mas, pelo que li, parece-me justo dizer que o Beta é o parceiro do Alfa, estando sob o seu domínio. Já os Ómegas estão na base da pirâmide hierárquica e à mercê de todos os outros. Bem, será isto?

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  7. Eu acho isso tudo muito subjectivo. E essa história do "quem é o homem e quem é a mulher" numa relação homo mete nojo, é mesmo de ignorantes. E tu sabes disso.
    Eu e a minha namorada temos um equilíbrio. Às vezes ela "comanda", outras vezes "comando" eu, e obviamente refiro-me a vários aspectos.
    No fundo, não comanda nenhuma e assim é que deve ser.

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  8. A questão dos Alfas e Betas é muito pertinente numa relação gay. Há vários estudos sobre esse tema, que não são conclusivos em relação à estabilidade da relação sendo os seus intervenientes do mesmo grupo ou não, mas são claros quanto à importância das experiências anteriores e sobretudo familiares na definição desse papel.
    Cá em casa somos alfas, sem dúvida. Já não temos muitas discussões, mas de vez em quando ainda surge uma ou outra. No início eram diárias, e foi um teste à relação incrível, que nem sei bem como sobreviveu. Enquanto amigos demos-nos tão bem, mas quando começámos a namorar cada um queria impor o seu alfa ao outro.
    Em relação à minha personalidade propriamente dita, não sei se seria capaz de me relacionar com algum beta. As experiências que tive (no sexo feminino) tiveram sempre o mesmo diagnóstico: "ela não me dá luta, não contra-argumenta...".

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  9. Nunca pensei nisso, acho que as relações têm de ser democráticas. Umas vezes cedemos nós, outras vezes cede a outra pessoa. Nunca tive uma relação onde fui eu a "mandar" nem onde fui "mandado" nem acredito que estas relações resultem porque a base em si não é saudável. Uma boa relação necessita de um equilibrado de poder muito bem balanceado.
    Um abraço

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  10. Uma relação, seja hetero ou gay, não tem necessariamente de ter essa componente de quase "hierarquia". Um dominante e um que se sujeita. Mais das vezes, essa componente vem do poder económico ou social desigualitário no seio do casal. Depois, há quem prefira cuidar e proteger; há quem prefira ser mais submisso e ser protegido, etc... Um exemplo muito visível para mim é num estabelecimento comercial aqui perto da minha casa: a mulher é claramente dominadora e o marido, coitado, cala-se à mínima ordem. Chega a dar dó. Ela seria o "macho Alfa". LOL
    Concluindo o meu raciocínio, o dominador/dominado existe até na Natureza. Sociólogos defendem que o papel submisso que, infelizmente, a mulher sempre teve durante a História ante o homem, vem diretamente deste aspecto. Mude-se este panorama. ^^

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  11. Acho que as pessoas estando em harmonia, está tudo certo. Eu sou um que não em encaixo nessa tipologia. Sou completamente liberal, mas se tentam dar uma de alfa comigo, já tiro logo minhas peças e largo o cara sozinho.

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  12. Hmmm... nunca pensei nisso... E não gosto de rótulos... mas sim, é inevitável... a nossa sociedade impõe que assim seja... tudo muito rotulado e organizado...

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  13. Concordo contigo na escolha, mas torna as coisas tão difíceis...

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  14. O que provavelmente acontece, tal como em todas as relações tidas como de longo prazo, é que um dos elementos do casal domina determinadas áreas da vida em comum, ficando ao outro o papel de controlar as outras áreas da vida comum. e isso vê-se em qualquer relação, principalmente, quando a conhecemos melhor e não nos limitamos ao que vemos e a preconceitos, tanto num casal hetero como num homo. é preciso é alterar a ideia de que algumas decisões serão mais importantes que outras (i.e. entre quem traz dinheiro para casa e quem decide as refeições, ou entre quem muda as lâmpadas e quem engoma) normalmente associadas a um papel restritivo de 'alfa' e 'beta' ou de homem e mulher, chefe e empregado, o que quiserem. A verdade é que uma relação existe por decisão conjunta, hoje em dia, não sendo ninguém obrigado a estar com ninguém. se ter as redeas da situação é ser alfa, o facto de alguem ser sexualmente (ou economicamente) submisso ou limpar a casa, naquilo que o casal consegue encontrar pelo equilibrio do que é melhor para ou quer e um outro, não é impeditivo. assim, se todos têm o que querem, não vejo mais do que em preconceitos e vergonhas a necessidade de nos decidirmos alfas ou betas.

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  15. e peço desculpa a incongruência do comentário mas foi em escrita corrida :)

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